A arte de pensar: uma análise sobre o preconceito

15/01/2015 às 22:57
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De forma sintética e didática busco levar o leitor a uma compreensão racional e análise sobre o preconceito.

Na mais ampla definição preconceito é o ato de julgar, juízo pré-concebido. Segundo dados a maior parte das pessoas tem de três a cinco áreas de preconceito, o que nos permite afirmar que o preconceito é democrático. As pesquisas ainda revelam que o preconceito atinge 99,3% do ambiente escolar, o que é fácil explicar já que nesse mesmo ambiente convivem indivíduos muito diferentes entre si, onde deveria ser um meio de inclusão social entre indivíduos diferentes acaba sendo justamente o contrário, os indivíduos em si já apresentam determinas formas de pensamento, seja esta adquirida pelo convívio com a família, pelos amigos, pela mídia (principalmente pelos filmes da Disney) ou até mesmo pelos brinquedos da infância. Tudo isso acaba por influenciar o individuo antes que este tenha uma experiência comunitária, ele limita seu convívio aos que são‘parecidos’ com ele próprio.

Já com relação de intensidade do preconceito, o estudo avaliou que 38,2% têm mais preconceito com relação ao gênero e que isso parte do homem com relação mulher. Com relação geração(idade), 37 9% têm preconceito principalmente com relação aos idosos. A intensidade da atitude preconceituosa chega a 32,4% quando se trata de portadores de necessidades especiais e fica em 26,1% com relação orientação sexual, 25,1% quando se trata de diferença socioeconômica, 22,9% étnico-racial e 20,65% territorial. O estudo indica ainda que 99,9% dos entrevistados desejam manter distância de algum grupo social. Os deficientes mentais são os que sofrem maior preconceito com 98,9% das pessoas com algum nível de distância social, seguido pelos homossexuais com 98,9%, ciganos (97,3%), deficientes físicos (96,2%), índios (95,3%), pobres(94,9%), moradores da periferia ou de favelas (94,6%), moradores da área rural (91,1%) e negros(90,9%).

O preconceito tem uma base irracional, onde não há conhecimento, argumentos e raciocínio quefundamentem tais atitudes, que podem ser desde xingamentos, insultos, acessos de raiva,
hostilidade, ou agressões físicas.Todos nós possuímos algum tipo de preconceito e esta declaração é claramente preconceituosa,alguns em grau menor ou maior, com manifestações extremas ou exclusão social. Isso está associado a uma ‘naturalização’ da sociedade, algo que é executado no piloto automático, em geral as pessoas não assimilam que estão sendo preconceituosas, o fazem por que cresceram vendo isso acontecer e apenas reproduzem, sem questionar, esses não questionamentos de atitudes encontra alojamento quando se apoiam em ideologias pré-estabelecidas por uma cultura social programada, que se acentua no sistema atual vigente de caráter capitalista mercantil em meio à globalização.


Quem é vitima de preconceito quase nunca se enquadra nos padrões ditos como ideais pela sociedade; normalmente esses padrões são colocados pela mídia e tendem a ser atualizados de
tempos em tempos; por isso acabam fazendo de tudo para se ‘encaixar’ no modelo ideal. Como eliminar os índices de vítima de preconceito se quase sempre a vitima também é preconceituosa? E o que fazer para mudar a mente do individuo preconceituoso?Em primeiro lugar torna-se necessário identificar o preconceito, logicamente através de umaautoanalise, modificando as formas de pensamento moldadas pela herança cultural histórica de um país ou região e pela mídia. O combate ao próprio preconceito também é necessário, afinal é praticamente impossível aceitar outra pessoa quando há dificuldades de aceitar-se. O meio escolar também deve ter participação neste processo, bem como os pais, já que é na fase inicial da vida acadêmica e social que o caráter do individuo ganha formação.Apenas podemos visualizar de maneira correta certas situações quando nós mesmos temos uma experiência concreta sobre o mundo que nos cerca, sem ‘disse me disse’, ou seja, viver em comunidade para acabar com as ideias pré concebidas. Desta forma se não mudarmos o mundo, ao menos o nosso grupo social será atingido por nossa iniciativa produtiva.

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Júlia Oliveira Chagas

Júlia Oliveira Chagas

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